O Brasil sempre foi um país apaixonado por futebol, com milhões de torcedores torcendo por seus clubes favoritos a cada jogo. E com a liberalização dos jogos de azar no país, os sites de apostas estão prestes a se tornar uma presença ainda mais comum no cenário esportivo nacional.

Em dezembro de 2018, o então presidente Michel Temer sancionou a Lei 13756/2018, que autoriza a exploração de jogos de azar em algumas modalidades, incluindo apostas esportivas. E agora, essa lei foi complementada pela Instrução Normativa 1.921/2020, da Receita Federal, que permite que os sites de apostas patrocinem clubes de futebol, desde que o valor do patrocínio não ultrapasse 4% do faturamento bruto anual da empresa.

Essa mudança é vista como uma grande oportunidade para ambos os lados: os sites de apostas podem aumentar sua visibilidade em um mercado altamente competitivo, enquanto os clubes de futebol podem obter uma fonte adicional de receita em um momento em que muitos deles estão lutando para se sustentar durante a pandemia da COVID-19.

Algumas empresas de apostas já estão se movimentando para aproveitar essa nova possibilidade. A Betfair, por exemplo, firmou um contrato de patrocínio com o Corinthians, um dos maiores clubes de futebol do Brasil, estampando sua marca nas mangas da camisa do time. E a Betsul, outra empresa do ramo, está patrocinando o Atlético Paranaense, também com a exposição de sua marca nas mangas da camisa.

Esses acordos de patrocínio trazem benefícios tanto para os clubes quanto para as empresas: os clubes recebem um aporte financeiro importante, que pode ajudá-los a financiar novos jogadores, reformas em seus estádios e outras melhorias em sua estrutura. Já as empresas ganham mais exposição de suas marcas e a oportunidade de chegar até um público ainda mais amplo.

No entanto, apesar dos benefícios, a decisão de permitir que sites de apostas patrocinem clubes de futebol não é consensual. Alguns críticos argumentam que isso pode levar ao aumento do vício em jogos de azar, principalmente entre jovens que idolatram seus jogadores favoritos e podem se sentir tentados a emular seu comportamento pessoal e profissional.

Outra preocupação é com relação à integridade das competições esportivas. Afinal, quando uma empresa de apostas patrocina um clube, ela pode ter acesso a informações confidenciais e privilegiadas sobre os jogadores e a estratégia do time, o que pode influenciar em suas próprias cotações de apostas. Por isso, é fundamental que haja uma regulação efetiva para garantir que as empresas não usem essa posição privilegiada para obter vantagem de forma ilícita.

No geral, a mudança na legislação brasileira que permite que sites de apostas patrocinem clubes de futebol é uma tendência crescente em todo o mundo. Em países como o Reino Unido e a Espanha, as principais ligas de futebol há muito tempo contam com patrocínios de empresas de jogos de azar, e essa é uma realidade que o Brasil está pronta para abraçar.

Mas é importante que haja uma regulação rigorosa para que as empresas de apostas operem com transparência, ética e responsabilidade, protegendo tanto os consumidores quanto as competições esportivas em si. Enquanto isso, os torcedores e fãs do futebol podem aguardar com expectativa o que essa nova era de patrocínios trará para o esporte mais amado do Brasil.